domingo, 28 de novembro de 2010

Radicais Livres - Fontes Exógenas

Em uma postagem anterior, vimos as fontes endógenas dos radicais livres (aquelas originadas do nosso metabolismo). Agora iremos aprender sobre as fontes exógenas dessas espécies químicas.
Os radicais livres de proveniência exógena chegam ao corpo vindos do ambiente, sendo incorporados ao organismo por meio dos sistemas digestivo e respiratório, principalmente.
Vamos, então , ver quais são as principais fontes exógenas desses radicais:

• Cigarro
A cada tragada, cerca de 100000 novos radicaislivres entram no corpo. Agora imagine quantas tragadas se dá ao fumar um único cigarro! E ao se fumar um maço?! Somando a quantidade de cigarros que uma pessoa fumou em vida, esse número torna-se absolutamente inimaginável. Sem dúvida, o organismo tem muito trabalho para tentar se livrar desse número extraordinário de radicais livres e muitas vezes esse combate pode não ser suficiente. Pode-se concluir, então, que os fumantes são em geral afetados com maior intensidade pelos radicais livres, e conseqüentemente, o envelhecimento e as doenças decorrentes podem vir mais cedo e com mais força.
Fique atento!! Não é apenas por carregar muitos radicais livres que o fumo é extremamente nocivo à saúde humana. Além disso, o fumante carrega para dentro de si uma série de substâncias, como o alcatrão, o formaldeído, a nicotina, muitas das quais são tóxicas, viciantes e até cancerígenas. O fumante também arrisca-se ao desenvolvimento de câncer de pulmão, enfisema pulmonar, doenças cardiovasculares e impotência sexual.
Se isso ainda não basta, uma estatística é chocante: a cada maço de cigarros utilizado, em média perde-se mais de duas horas de vida!
Por isso, fica a dica: Se você é fumante, esforce-se para parar com esse vício! Informe-se e participe de grupos de conversas com pessoas que também passam pela mesma situação. Se necessário, fale com seu médico e procure o melhor tratamento. Há remédios, adesivos cutâneos, gomas de mascar e outros métodos que ajudam a vencer essa luta! Com persistência, você com certeza conseguirá livrar-se desse mal. Para maiores esclarecimentos sobre esse assunto, visite o link: http://www.queroparardefumar.com.br
Se você não é fumante, não pense duas vezes antes de recusar um cigarro! Lembre de todas as conseqüências que seu uso pode trazer e influencie de modo positivo as pessoas à sua volta (especialmente crianças e adolescentes) a não entrar nessa!




• Radiações solares
As radiações provenientes do sol, especialmente a ultravioleta, têm a capacidade de clivar moléculas do nosso corpo e assim, podem ser formados fragmentos moleculares eletronicamente instáveis por terem um elétron desemparelhado na camada de valência e altamente reativos (opa --> os radicais livres). A exposição inadequada ao sol pode causar danos à pele, rugas prematuras, envelhecimento do órgão, além de potencializar o risco de doenças e poder levar ao câncer de pele (principalmente em pessoas de pele clara, mas pessoas de pele morena e negra também são acometidos pela doença: todos devem se proteger ). Os olhos também podem ser afetados, pois a ação dos radicais livres nesse órgão causa lesões, doenças degenerativas e até cegueira.
Como se proteger disso?
É indicado que se evite exposição intensa e/ou prolongada ao sol nos horários de 10 da manhã às 4 da tarde. O uso de protetor solar é essencial, principalmente em praias e piscinas, mas também recomenda-se seu uso no dia-a-dia. Extrato de calêndula, segundo estudo da USP, também ajuda. Óculos escuros também são indicados (procure marcas confiáveis – além de ficar estiloso, você estará se protegendo melhor). Atenção: o bronzeamento artificial de pele é altamente não recomendado, uma vez que a relação exposição a radiação/tempo é muito maior do que o natural.
Mas peraí, então o sol é o grande vilão da história?
Claro que não! Além de ser essencial para a fotossíntese e conseqüentemente para a nutrição e obtenção de energia de todos os seres vivos, em momentos e condições adequados (principalmente pela manhã até as 10 horas) a exposição ao sol é altamente benéfica, pois estimula a produção de vitamina D (que é boa para os ossos) e ativa a circulação sanguínea, dentre outros benefícios. Não precisa dar uma de vampiro e ficar sempre fugindo do sol. Afinal, vivemos num país tropical, e ninguém resiste a um pulinho na praia ou a um clube :)
Enfim, a dica é: aprecie com moderação!



• Alimentação
Nesse contexto, comenta-se mais sobre os alimentos gordurosos. Além de seu consumo indevido contribuir para obesidade e doenças cardiovasculares, alimentos gordurosos podem, antes mesmo de ingeridos, serem oxidados e surgem peróxidos e radicais livres. Um odor de acetona e a mudança na cor dos alimentos podem ser indicativos associados à inadequação dos alimentos para o consumo.

• Álcool
O consumo excessivo de álcool inicia um processo no qual estão incluídos os radicais livres que pode se associado a derrame e cirrose hepática, por exemplo. Isso se deve ao fato de que o álcool aumenta o poder de ação dos radicais livres no nosso corpo. É bom lembrar que o aumento na quantidade de radicais livres ocasionado pelo álcool não cessa assim que se pára de ingerir álcool, mas o efeito permanece em parte, e isso contribui para o aparecimento de várias doenças crônicas.



• Pesticidas, inseticidas e herbicidas (mais uma razão pela qual se recomenda o uso de alimentos orgânicos)

• Poluição do ar (fugir desse é difícil, mas uma boa dica é evitar grandes congestionamentos, para diminuir o tempo de exposição aos poluentes)

• Solventes orgânicos

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Além dessas fontes exógenas, existem também estados (de corpo e mente) e fatores que podem predispor o organismo à presença e ação mais intensas dos radicais livres, como o stress psicológico. Encontrar momentos de lazer, praticar esportes, ler um bom livro, divertir-se com a família e amigos e espantar as preocupações, além de serem ações que nos protegem dos radicais livres, são também fatores essenciais para o bem estar da mente, do corpo e para a felicidade.

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Com esta postagem, esperamos influenciar os leitores para a adoção de hábitos favoráveis à saúde. Contribua também para a difusão de informações como estas. Estimulando as pessoas a mudar os hábitos que lhes são prejudiciais e a valorizar medidas favoráveis à saúde, podemos difundir conhecimento em favor da vida!

Até a próxima postagem!

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Fontes:

-Proteção da pele dos efeitos da radiação solar. Disponível em: www.inovacao.usp.br/images/pdf/Pariparoba.pdf

-Proteja-se da radiação solar e faça autoexame de pele, por Gilberto Coutinho. Disponível em:http://www2.uol.com.br/vyaestelar/saude_sol.htm

-Calêndula previne contra radiação solar. Disponível em:http://noticias.r7.com/saude/noticias/calendula-previne-contra-radiacao-solar-20100420.html

- Interação da radiação com a matéria. Disponível em: http://educa.fc.up.pt/ficheiros/trabalhos/831/documentos/860/Interaccao_radiacao_materia.ppt.

-Textos presentes na exposição Corpos, apresentação do pulmão.

-Processamento de farinhas de origem animal e sua relação com
digestibilidade e palatabilidade do produto final. Por Claudio Bellaver. Disponível em : http://www.qualyfoco.com.br/arquivos_publicacoes/arquivos/1274050386_CBNA2010_final.pdf

-Como se formam os radicais livres. Disponível em: http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/4363

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Radicais Livres e a Origem da Vida


- Tudo começou há muito tempo atrás, cerca de 4,5 bilhões de anos quando na Terra não existiam formas de vida...

Como surgiu a primeira célula, não há certezas só hipóteses. Uma delas e a que se encaixa no nosso estudo é de que no início não existiria oxigênio na terra. As hipóteses melhor aceitas ficam com a ideia de que primeiro surgiram células heterotróficas, as quais não produzem seu próprio alimento, elas conseguiriam nutrientes do “caldo nutritivo” em que estavam mergulhadas. A respiração era anaeróbia, isto é, não precisa de oxigênio, já que não existia oxigênio na atmosfera primitiva.

Tudo estava indo muito bem para as células até que surgiu na atmosfera o oxigênio, culpa dos seres fotossintetizantes que captavam o dióxido de carbono-CO2 e o transformavam em oxigênio-O2. As células não tinha como se proteger e estavam sendo oxidadas muito rapidamente. Nesse momento também estavam aparecendo as primeiras células eucariontes, estas conseguiam não serem oxidadas, por causa do surgimento do peroxissomo, protegendo as células da destruição pelos radicais livres.

Outra forma de proteção que as células conseguiram foi se unir em endobiose com procariontes aeróbios, além de conseguirem um mecanismo altamente energético, com a respiração celular o oxigênio abundante na atmosfera era utilizado e sua concentração diminuía afetando menos as células. As células que não se tonaram aeróbias foram viver em lugares inóspitos, sem a presença de oxigênio.

É claro que atualmente sabe-se que o surgimento do oxigênio foi muito mais vantajoso do que prejudicial, mas com certeza para os primeiros seres vivos o oxigênio inicialmente foi prejudicial, pois não se sabia como utilizá-lo da melhor forma.



Referências:

JUNQUEIRA, L.C. & CARNEIRO, J. Biologia Celular e Molecular. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 7ª ed., 2000.

Alberts, Bruce. Biologio Molecular da Célula/ Bruce Alberts, Dennis Bray, Julian Lewis, Martin Raff, Keith Robets e James D. Watson; trad. Amauri Braga Simonetti - 3.ed.- Porto Alegre, 1997. .

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Radicais Livres – Fontes Endógenas

- De onde vem, como aparecem esses radicais livres? Talvez vocês leitores estejam se perguntando, pois afinal dissemos quem são e até de certa forma como combatê-los com os antioxidantes. Mas de porque chegam até nós e como?

Os radicais livres tem duas principais fontes a exógena e a endógena. Hoje trataremos das fontes endógenas e em uma outra postagem vocês terão conhecimentos sobre as fontes exógenas, mas para se ter uma noção fontes exógenas tratam – se dos próprios alimentos, cigarro e álcool.

Mas a abordagem são as fontes endógenas.

O incrível é que todos, até mesmo sem muito conhecimento, tentam evitar os radicais livres, pois sabem que estão relacionados com o envelhecimento. Mas nem todos sabem que pra vivermos precisamos respirar e este processo, a nível celular, é uma das maiores fontes de produção de radicais livres em nossas células.

Quando inspiramos o gás oxigênio, pela hematose1, chega aos nossos vasos sanguíneos que o leva até as células. É nas células que tudo acontece. De forma simplificada, no citoplasma da célula ocorre uma via metabólica chamada glicólise (lise=quebra; quebra da glicose) que a partir da glicose(carboidrato produzido na fotossíntese e adquirido pelos alimentos) e através de várias reações é produzido duas moléculas de piruvato. Há liberação de dois átomos de hidrogênio que são capturados pelo NAD+(Nicotinamida-Adenina-Dinucleotídeo) um aceptor de elétrons, que fica na forma de NADH. Após a glicólise, o piruvato entra na mitocôndria e na matriz mitocondrial sofre uma oxidação e se transforma em acetil-CoA.

A segunda etapa da respiração é o ciclo de Krebs ou ciclo do ácido cítrico, que é uma série de reações onde o ácido cítrico é será consumido e se produzirá gás carbônico e NADH e FADH2 (outro aceptor de elétrons chamado Flavina-Adenina-Dinucleotídeo). A fase final da respiração, que será essa fase a mais importante para nosso estudo, chamada de fosforilação oxidativa ou cadeia respiratória é onde o NADH e o FADH2 doaram os elétrons para o aceptor final de elétrons o gás oxigênio - O2 – que é reduzido a água:

2H+ + 1/2O2 → H2O


Detalhadamente o NADH e o FADH2 liberam seus elétrons para uma proteína desidrogenase que bombeia um átomo de hidrogênio para o espaço intermembranar2 e os elétrons são transferidos pra uma proteína carregadora que levará os elétrons a uma segunda proteína (citocromo b-c1) que doará um elétron por vez ao citocromo c que leva esse oxigênio a última proteína que é a citocromo oxidase, onde esses elétrons reduziram o oxigênio e haverá formação de água.

É nesse momento em que acontece a produção de um dos tipos de radicais livres o ânion-radical-superóxido (O2). 98% do oxigênio é transformado em água e o que acontece com os outros 2%? A mitocôndria libera elétrons que são rapidamente capturados por esses 2% de moléculas de oxigênio, este agora com um elétron em sua eletrosfera é o radical livre superóxido.

A boa notícia é que temos uma enzima que ajuda a diminuir essa quantidade de radicais livres em nossas células: a superóxido dismutase que doa elétrons ao superóxido que reagira com o hidrogênio formando água oxigenada que é transformada em água e oxigênio pela enzima peroxidase. Talvez não tão boa assim, pois se esse peróxido reagir com mais um elétron poderá produzir hidroxila e o radical hidroxila que é considerado mais reativo que o radical superóxido.

No corpo humano ainda há outras fontes de produção de radicais livres sem ser a respiração.

Durante a ação dos leucócitos, para montar as substâncias bactericidas há a formação de radicais livres, principalmente o ânion superóxido e o radical hidroxila.

Usando o oxigênio e o NADPH existe a produção do ânion superóxido que receberá elétrons e formará o peróxido de hidrogênio-H2O2 (água oxigenada). Parte desse peróxido reagirá com o íon Fe+2 produzindo uma hidroxila e o radical livre hidroxila. Uma outra parte reage com o ânion cloreto gerando o ânion hipoclorito e água. O bactericida será formado pela ação desses reagentes juntamente com o peróxido de hidrogênio que não reagiu (Esquema detalhado ao lado). Este processo envolvendo os leucócitos estão envolvidos com a resposta inflamatória.

Durante a fagocitose há liberação de EROs (Espécies Reativas de Oxigênio) e radicais livres como: H2O2, OH, O2, NOentre outros. Essa liberação é para danificar o invasor celular.

Estes são alguns dos diversos meios de produção ou liberação de radicais livres e espécies reativas dentro do nosso próprio organismo. Em uma próxima postagem abordaremos as fontes exógenas, demonstrando como os RLs chegam até nós.


1- Hematose: troca gasosa, nos capilares sanguíneos, onde o CO2 vai para s alvéolos e o O2 vai para a corrente sanguínea.

2- Espaço intermembranar: Espaço entre a membrana externa da mitocôndria e a membrana interna da mesma;











Quem não conseguir ver aqui pode acessar no site pelo link: http://www.youtube.com/watch?v=md6JdC98dTU

Referências:

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/mitocondrias/respiracao-celular.php

bioquimica.ufcspa.edu.br/pg2/pgs/medicina/links/seminarios20052/RADICAIS%20LIVRES.ppt

OLSZEWER, Efrain. Radicais livres em Medicina. São Paulo: Fundo Editorial Byk, 1992.

bioquimica.ufcspa.edu.br/seminario/radicaislivresgeovana.pdf

sábado, 20 de novembro de 2010

Ação dos Radicais livres e Patologias Decorrentes

- Os Radicais livres (RLs) são instáveis e muitas vezes nocivos para as estruturas celulares, modificando o metabolismo da célula. Tais alterações podem ocasionar morte celular e várias patologias. Veremos a seguir a ação dos radicais livres em deteeminados componentes celulares e citaremos alguns mecanismos e doenças que serão aprofundados em outras postagens.

Radicais Livres e Proteínas

Os radicais livres provocam desnaturação, inativação e polimerização das proteínas, alterando o metabolismo celular. Por possuírem muitos sítios reativos, as proteínas podem ser atacadas por radicais de diversas maneiras. A suscetibilidade das proteínas serem atacadas pelos RLs depende da posição, da importância dos aminoácidos e dos elementos suscetíveis que as compõem.

Proteínas que contem sítios de ligação com metais podem sofrer digestão proteolítica, pois são suscetíveis as reações de redução e oxidação, que podem produzir seqüências de sinais reconhecidas por determinadas proteases celulares.

Proteínas que possuem o grupo sulfidrila (SH), como as proteínas de transporte e enzimas celulares, estão expostas aos ataques dos radicais, pois esse grupo em resíduo de cisteína pode ser oxidado a dissulfeto ou a ácidos cistéico, podendo ser novamente reduzido.

Proteínas com aminoácido metionina, que pode sofrer alteração reversível a sulfóxido ou sulfona.

Radicais Livres e os Lipídios

Os radicais hidroxila, alcoxila e peroxila entre outros atuam oxidando componentes lipídicos da membrana, principalmente os insaturados, dando início a uma reação em cadeia, que provoca a formação de peróxidos lipídicos. Essa ação é conhecida como peroxidação lipídica e será descrita detalhadamente em outra postagem devido a sua grande importância para o estudo dos radicais livres. O efeito dos radicais livres nos lipídios produz conseqüências para as membranas plasmática e intracelular, assim como para todas as organelas membranosas. As principais serão listadas abaixo.

Membranas Plasmáticas: As deficiências na membrana ocasionadas pelos RLs levam a um transtorno de permeabilidade, perdendo a seletividade para a entrada e saída de nutrientes e outras substâncias. Ações desagregadoras sobre microtúbulos e microfilamentos também geram problemas funcionais na membrana.

Lisossomos: Alterações de sua membrana levam ao escape de enzimas digestivas, que atingem sem distinção os componentes celulares, provocando a morte celular.

Mitocôndrias: Lesões membranárias nas mitocôndrias acarretam na redução da produção de ATP e na perda significativa do poder respiratório, diminuindo a capacidade de reduzir com eficiência o oxigênio.

Outras Organelas Membranosas: Os danos causados pelos radicais livres às membranas, geralmente, produzem transtornos na compartimentalização de funções específicas e no intercâmbio entre compartimentos.

Radicais Livres e os Açucares (CHOH)n

O radical hidroxila (-OH) reage com o açúcar extraindo um átomo de hidrogênio (H) de um dos átomos de carbono (C). Esse processo leva a formação de um radical centrado de carbono, ocasionando a quebra de cadeias moleculares importantes, a exemplo do ácido hialurônico.

Radicais Livres e os Ácidos Nucléicos

As Espécies reativas de oxigênio (EROs) e alguns radicais atuam na perda e na alteração do DNA, devido a sua participação em reações com os ácidos nucléicos. ERO e o radical hidroxila (-OH) atacam tanto as bases nitrogenadas quanto a desoxirribose. Esse processo pode resultar na quebra da cadeia, no cruzamento das fitas, na mudança de bases, levando a mutações ou apoptoses. As mutações podem ocorrer em células germinativas e em células somáticas. Alguns genes quando sofrem mutações podem dá origem a um câncer.

Patologias

Os radicais livres, ao produzirem diversas alterações celulares, provocam o surgimento de várias patologias, as quais serão abordadas profundamente durante a produção do blog. Nesta postagem será feita uma relação entre os radicais e algumas doenças decorrentes de seus efeitos.

Falha ou Consumo excessivo de antioxidantes:

Aterosclerose, Síndrome de Down, Doença de Keshan, Kwashiorkor, Síndrome de Bloom.

Transferência de elétrons ao oxigênio por metais de transição:

Hemocromatose idiopática, anemia falciforme, talassemia, doença de Wilson.

Produção de Oxigênio por NADPH/NADP oxidase:

Hipertensão arterial sistêmica

Outras doenças:

Câncer, isquemia por reperfusão, envelhecimento, catarata, enfisema, doença de Parkinson, artrite, diabete.

Referências:

OLSZEWER, Efrain. Radicais livres em Medicina. São Paulo: Fundo Editorial Byk, 1992.

TOKARSKI, Rogério. Anti Radicais Livres: Melhor Qualidade de Vida. Brasília: Farmacotécnica.

VASCONCELOS, Sandra Mary Lima; GOULART, Marília Oliveira Fonseca; Moura, José Benedito de França; MANFREDINI, Vanusa; BENFATO, Mara da Silveira e KUBOTA, Lauro Tatsuo. Espécies Reativas de Oxigênio e de Nitrogênio, Antioxidantes e Marcadores de Dano Oxidativo em Sangue Humano: Principais Métodos Analíticos para sua Determinação. Quim. Nova, Vol. 30, No. 5, 1323-1338, 2007. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/qn/v30n5/a46v30n5.pdf

YOKAICHIYA, Daniela Kiyoko; GALEMBECK, Eduardo e BAPTISTA, Bayardo. Radicais Livres. Disponível em:

http://www.bdc.ib.unicamp.br/rbebbm/visualizarMaterial.php?idMaterial=76


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O Ferro



Ferro

Como continuação das primeiras abordagens dos temas pertinentes ao blog, exporemos um pouco sobre o ferro e algumas de suas particularidades, muitas das quais ainda serão repetidamente abordadas junto a outras.

Nos últimos anos, o conhecimento sobre a fisiologia e o metabolismo do ferro avançou muito, impulsionado, principalmente, pelas patologias relacionadas com o excesso ou déficit deste íon, decorrentes, muitas vezes, de alterações em genes responsáveis pela sua regulação no organismo e/ou do tipo de dieta adotada.

Este mineral – encontrado na maior parte dos seres vivos – é de suma importância para a vida. Em nós, está relacionado tanto com funções imunes quanto com funções fisiológicas, dentre os quais se destacam os mecanismos de oxidação celular – reação de Fenton, que ainda será abordada - e o transporte de oxigênio.

Para efeito ilustrativo, temos o ferro como constituinte de:



  • Hemoglobina, pigmento dos glóbulos vermelhos do sangue, transportadores de oxigênio no qual ocupa o centro de um núcleo pirrolidínico no grupo heme (grupo prostético);



  • Mioglobina, que estoca o oxigênio nos músculos; citocromos, que asseguram a respiração celular, transportando elétrons;



  • Enzimas: xantinas, peroxidase e catalase, que asseguram a degradação dos radicais livres (peróxidos) prejudiciais;


Uma dieta normal contém entre 13 mg e 18 mg de ferro, dos quais somente 1 mg a 2 mg serão absorvidos. Aproximadamente 5 a 10% do ferro ingerido é absorvido no intestino delgado (duodeno e jejuno). É a ferritina que o capta. A ferritina é uma proteína de armazenamento que capta o ferro e pode transformá-lo de íon bivalente inativo em trivalente ativo. Uma outra molécula, que também armazena e ainda transporta o ferro é a transferrina - sintetizada no fígado -, que vai se carregar de ferro junto a ferritina. É a transferrina que fornece o ferro aos reticulócitos, que são os glóbulos vermelhos imaturos.

O Ferro no organismo possui duas origens: uma exógena, quando provém de alimentos como carne, ovos e laticínios (ferro orgânico heme) ou vegetais e grãos (ferro inorgânico não-heme); e uma endógena, quando resulta da destruição das hemácias pelos macrófagos e seguinte reciclagem celular. A absorção do ferro é influenciada pela quantidade e também pela biodisponibilidade do ferro ingerido na dieta, pela quantidade armazenada (ligado a ferritina e hemossiderina) e pela taxa de produção de glóbulos vermelhos.

O estoque do ferro está localizado nas células reticuloendoteliais do fígado, baço e medula óssea associado a proteínas. Esta associação dá-se devido à toxicidade do íon, quando não é adequadamente contido.

Tipicamente, armazenamos o ferro no interior da ferritina. Ao se associar com a ferritina, o ferro se torna solúvel em água. Diversas doenças resultam da deposição de ferro trivalente em tecidos em uma forma insolúvel. Estes depósitos de ferro formam pigmentos, denominados hemossiderinas. Embora frequentemete estes depósitos sejam assintomáticos, podem causar uma lesão ao órgão.

A hemossiderina, que consiste em micélios de hidrofosfato férrico ligados à proteína, deriva da ferretina que se acumula no interior de lisossomos secundários. Ao passo que aumenta a quantidade de ferretina acumulada, suas moléculas vão se agregando em micelas cada vez maiores, enquanto parte de seu componente protéico vai sendo separado pelas enzimas lisossômicas. Formam-se, assim, as micelas de hemossiderina que, em outras palavras, são acúmulos de ferretina cuja proteína foi modificada. Enquanto que o ferro contido nas micelas de ferretina é mais instável e facilmente mobilizável, o que está contido nas micelas de hemossiderina é estável e de difícil mobilização.

O excesso de ferro é excretado pela bile, urina e ainda pelo suor, unhas e cabelo. A excreção total de ferro ronda os 0,5mg/dia.

No tocante às variações quantitativas de ferro e patologias, dividiremo-as nas que resultam em/da redução dos níveis de ferro - provocada pela deficiência de ferro total no organismo, pela perda aumentada ou pela elevação na demanda de ferro dos estoques do corpo -; e nas que resultam em/do aumento dos níveis de ferro.

Os processos mais comuns de diminuição do Ferro:

  • Anemia da carência do ferro
  • Falta de ingestão suficiente de ferro
  • Falta de absorção
  • Perdas sanguíneas digestivas
  • Ciclo menstrual
  • Infecções agudas e crônicas
  • Doenças malignas
  • Infarto do miocárdio

Os processos mais comuns de aumento do Ferro:

  • · Hemossiderose
  • · Envenenamento agudo pelo ferro
  • · Dano hepático agudo
  • · Anemia hemolítica
  • · Envenenamento pelo chumbo


História


Para apresentar um pouco sobre a história do ferro, a título de curiosidade, o grupo preferiu utilizar-se do texto extraído do sítio http://www.e-escola.pt/ o qual, apesar de estar em português de Portugal, é de fácil e pleno entendimento.

“Não se pode atribuir a descoberta do ferro, enquanto elemento químico, a ninguém em particular. O ferro já era conhecido na antiguidade, sendo mesmo possível encontrá-lo, na natureza, na forma metálica, normalmente associado ao níquel, em materiais provenientes de meteoritos.

Não é possível falar do desenvolvimento da civilização ocidental sem referir o ferro. De facto, o rápido desenvolvimento do mundo humanizado só se desencadeou a partir da descoberta das técnicas de extracção deste elemento por volta de 1500 AC. Note-se que já teria sido usado por civilizações antigas como a Chinesa, a Síria ou a Egípcia cerca de 700 anos antes, mas não havia sido processado. A origem deste ferro seria provavelmente a extracção efectuada directamente a partir dos locais de queda de meteoritos. Aquando da descoberta do ferro já se conheciam e utilizavam outros metais, como o ouro, a prata, e o cobre, e também ligas como o bronzeGlossário. Mas nenhum era tão admirável como o ferro.

É na Ásia menor (actual Turquia) que surgem provas que indicam os Hititas como os primeiros a descobrir as técnicas de extracção do ferro. Com esta magnífica descoberta (cerca de 1500 AC) atingiram um extraordinário poderio político e económico. Os Hititas conseguiram, durante cerca de 300 anos, guardar para si este tão importante segredo, apenas libertado pela força das invasões de povos inimigos, despoletando a explosão da idade do ferro.

A evolução subsequente, no entanto, foi relativamente lenta. Só em 1200 DC emergiram as primeiras fornalhas que tornavam mais eficiente o processo de produção (construídas em pedra com uma abertura à superfície promovendo a alimentação de ar à fornalha). No início do século XIV, surgiram fornalhas bastante eficazes com um processo selectivo de entrada de ar na mesma, idênticas (processualmente) às utilizadas hoje em dia.

Na Grécia, durante a chamada “explosão grega”, Tales constatou, em 585 AC, que as peças de ferro oriundas da Ásia Menor possuíam a estranha capacidade de atrair “limalha” de ferro. Baptizou aquele minério de “magnético” devido ao nome da localidade de onde eram originários, Magnesia (situada na zona oeste da Ásia menor).

A arte da pintura cerâmica também rejuvenesceu com a influência do ferro. Os pigmentos férricos, como o Fe2O3 e o Fe3O4, respectivamente vermelho e preto, foram obtidos pelos químicos da época.

Basta referir o nome deste elemento tão importante para lembrar a Revolução Industrial inglesa que começou a meio do século XVIII. A história do ferro ficaria, certamente, incompleta se não se referisse a descoberta do açoGlossário. Esta liga, de tão grande importância para o mundo moderno permitiu descobrir outra característica fundamental deste metal. Ligado a pequenas quantidades de carbono, adquiria uma resistência mecânica notável. Um material que, quando quente, era extremamente maleável e, ao arrefecer, se tornava num dos mais resistentes conhecidos até então.

Em 1778, surge a primeira ponte integralmente construída em ferro e, em 1818, o primeiro navio, Volcano construído em aço. Inicia-se, então, mais uma era em que o elemento central é, sem dúvida, o ferro. Pode dizer-se que a verdadeira utilidade deste novo material tem a sua mais preciosa revelação a partir de 1830, com o início da construção dos caminhos-de-ferro. Em 1889 nasce uma construção em aço que ainda hoje “arranha os céus” de Paris e que se viria a tornar um marco do final do século XIX – a torre Eiffel.

Há mais de 2000 anos que as armas construídas em ferro dominam o ambiente de guerra. Desde as espadas até à descoberta da pólvora, o ferro foi para o Homem a matéria-prima de eleição no meio bélico. Sem dúvida, uma utilidade que assombra o passado (e o presente) do ferro.

O ferro como principal constituinte do aço teve também um importante papel no surgimento da Comunidade Europeia. Com efeito, as raízes da Comunidade Europeia foram lançadas com a criação, em 1951 pelo Tratado de Paris, da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, que juntava a França, a Alemanha, a Itália, a Bélgica, a Holanda e o Luxemburgo num mercado comum para o carvão e o aço. Esta instituição foi posteriormente integrada na Comunidade Europeia, existente nos dias de hoje.”

Espero que tenha gostado! Até a próxima, não perca.


Fontes utilizadas:


O FERRO, extraído de http://www.oligopharma.com.br/oligoelementos/ferro.htm;

HEMOSSIDERINA, extraído de http://www.infoescola.com/bioquimica/hemossiderina/;

REVISTA BRASILEIRA DE HEMATO e HEMOTERAPIA, Fisiologia e metabolismo do ferro, extraído de http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-84842010000800003&script=sci_arttext;


FERRO BÁSICO, história, extraído de
http://www.e-escola.pt/topico.asp?id=466&ordem=3;

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Antioxidantes: uma visão geral

O excesso de radicais livres – seja os produzidos naturalmente pelo metabolismo, seja os decorrentes de processos inflamatórios e de fatores externos – é extremamente prejudicial ao organismo. Dessa forma, foi necessário o desenvolvimento de uma maquinaria orgânica complexa que combatesse esse excesso a nível celular. Os antioxidantes correspondem à forma encontrada pelo organismo de reduzir a quantidade de radicais livres nos tecidos e nos líquidos do corpo.
Alguns antioxidantes podem ser sintetizados pelo organismo ou adquiridos por meio da alimentação, o que reafirma a necessidade de se optar por uma dieta balanceada.

Ação dos antioxidantes

Em linhas gerais, a ação dos antioxidantes baseia-se na sua capacidade de doar elétrons ou prótons (H+) aos radicais livres, transformando-os em moléculas não-reativas. Essa perda por parte dos antioxidantes não prejudica a sua própria estabilidade e evita o estresse oxidativo (os mecanismos do estresse oxidativo serão detalhados em outras postagens).
Os antioxidantes podem exercer a sua função de três maneiras. A primeira consiste em evitar a formação de radicais livres por meio da inibição das reações que os originam. A segunda corresponde à interceptação dos radicais livres, impedindo que eles ataquem os lipídios, os aminoácidos e as bases nitrogenadas do DNA. Este mecanismo é geralmente efetuado pelos antioxidantes adquiridos pela dieta e não é tão eficiente contra os radicais livres de meia-vida curta, como a hidroxila (OH-). Já a terceira maneira está relacionada ao reparo dos danos provocados pelos radicais livres e à reconstituição das estruturas danificadas.

Antioxidantes na indústria

Os antioxidantes possuem um papel fundamental nas indústrias de alimentos, cosméticos e fármacos. Sua principal atuação nesses setores decorre da sua capacidade de prevenir a degradação oxidativa dos produtos gerados. Essa oxidação pode ocorrer devido à luz, à temperatura e/ ou à umidade.

Fatores que determinam a atuação dos antioxidantes

A ação antioxidante é condicionada por certos fatores, entre os quais se destacam a solubilidade e a dose adequada dos antioxidantes e a compatibilidade, o tipo e o local de formação dos radicais livres. Quando os antioxidantes estão em sistemas em que essas condições não favorecem a sua atuação, eles não agem de maneira eficiente e/ ou podem aumentar as lesões teciduais.
Os antioxidantes polares possuem uma baixa solubilidade em meio lipídico. Dessa forma, eles apresentam dificuldades para lidar com a agressão dos radicais livres nas membranas plasmáticas, por exemplo. A quantidade adequada de antioxidantes também é fundamental, visto que doses inferiores são insuficientes para enfrentar os radicais livres e doses excessivas podem ser prejudiciais ao organismo. Por fim, os antioxidantes precisam ter uma certa afinidade com os componentes reativos para combatê-los.

Risco dos antioxidantes

Segundo pesquisas da Universidade de Kansas, o excesso de antioxidantes também é prejudicial ao organismo, visto que impede as ações benéficas promovidas pelos radicais livres, como a vasodilatação. Portanto, uma quantidade excessiva de certos antioxidantes pode prejudicar a oxigenação de vários órgãos e favorecer o enfraquecimento muscular, principalmente durante atividades físicas. Outras consequências da ingestão indiscriminada de determinados antioxidantes são a diarreia e o risco maior de hemorragias e câncer de pulmão.

Bibliografia

ARGER, M. E. B. F. O que são radicais livres? Disponível em: http://bluelogs.net/drexplica/artigos/o-que-sao-os-radicais-livres/. Acesso em 15 de novembro de 2010.

CORPO SAUN. Antioxidantes em excesso podem fazer mal, diz estudo. Disponível em:http://www.corposaun.com/antioxidantes-excesso-podem-fazer-ma-estudo/5551/. Acesso em 15 de novembro de 2010.

NUNES, E.; NUNES de MORAIS, R.; OLIVEIRA, S. C. Radicais livres: conceito, doenças, estresse oxidativo e antioxidantes. Disponível em: http://www.fes.br/revistas/agora/ojs/include/getdoc.php?id=128. Acesso em 15 de novembro de 2010.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Música no Blog


Olá, pessoas!

Hoje nós gostaríamos de apresentar uma música pra vcs :D
Ela é de uma banda chamada Serenity, e se chama Rust of Coming Ages.
Encontramos nessa música algumas passagens que podem ser relacionadas ao assunto do blog, e por isso achamos interessante colocá-la aqui :D

A letra da música mostra que aquilo que é vivo e "brilhante" hoje em dia vai ser exposto à oxidação e destruído. Aí encontramos a semelhança com o tema radicais livres, pois, como vimos, essa é a ação deles sobre muitos componentes de nosso corpo.

Nesse link você pode ouvir a música e conferir a letra com tradução: http://letras.terra.com.br/serenity/1456687/traducao.html :)

Apesar de ter uma mensagem um tanto pessimista, a música é muito boa e pode nos ajudar a começar a construir o entendimento sobre radicais livres.

Bom, esperamos que tenham gostado! Curtam a música e até a próxima postagem :)

domingo, 14 de novembro de 2010

Introdução aos Radicais Livres


Olá, pessoal!!
O objetivo dessa postagem é conceituar radicais livres e mostrar exemplos daqueles de maior relevância biológica e bioquímica para que possamos lançar idéias básicas iniciais sobre o assunto.

1) O que são os radicais livres?

Radicais livres são moléculas (orgânicas ou inorgânicas) e átomos de existência independente (livre) que possuem um número ímpar de elétrons em sua camada de valência. Disso decorre que há pelo menos um elétron desemparelhado (orbital incompleto) na camada mais externa da eletrosfera do átomo. Moléculas podem ser radicais livres se um ou mais átomos presentes têm elétrons não pareados.

Esse elétron ímpar confere grande instabilidade à espécie química, o que faz com que ela seja extremamente reativa e consequentemente tenha uma vida média geralmente muito curta. Radicais livres de diferentes tipos variam em sua reatividade química mas, em geral, eles são mais reativos que as espécies não radicais.
Visando a obter uma configuração eletrônica em que todos seus elétrons estejam pareados, os radicais livres reagem com uma vasta gama de substâncias, inclusive componentes celulares, geralmente atuando como agentes oxidantes (receptores de elétrons) ao capturar para si elétrons desses componentes (numa reação de oxi-redução).

Pode-se perceber que o componente sobre o qual o radical livre exerce sua ação torna-se outro radical livre, que também irá tentar garantir a integridade de seus orbitais e, assim, ocorrem várias reações em cadeias, o que leva à formação de um grande número de radicais livres a partir de um único. É fácil perceber que nesse processo, várias estruturas celulares podem ser danificadas. Em uma futura postagem, o grupo irá detalhar que estruturas são essas, como os radicais livres podem lesá-las e a conseqüência disso para o corpo.

2) Quais radicais livres estão presentes em nosso corpo?

Nos sistemas biológicos, os radicais livres sobre os quais mais se comenta são aqueles nos quais o elétron desemparelhado encontra-se centrado nos átomos de oxigênio. Dentre eles estão:







Há também aqueles nos quais o elétron desemparelhado encontra-se centrado nos átomos de nitrogênio, dentre eles:








Gostaríamos de salientar que é importante que se diferencie o conceito de espécies reativas de oxigênio(EROs) da idéia de radicais livres derivados do oxigênio e de espécies reativas de nitrogênio(ERNs) da idéia de radicais livres derivados do nitrogênio, que são muitas vezes tomadas erroneamente como sinônimos.

Como já vimos, quando se fala em radicais, estamos nos referindo a espécies com elétrons não-pareados em sua órbita externa. Já quando se mencionam as EROs ou ERNs, estamos nos referindo a um conjunto mais amplo, que inclui não só radicais livres, mas também espécies químicas altamente reativas que não possuem elétrons ímpares na camada de valência, que são as espécies reativas de oxigênio ou nitrogênio não radicalares.

Apesar de nosso blog ser centrado nos radicais livres, iremos também nos referir a EROs e ERNs, mesmo àquelas que não são radicais livres, pois reconhecemos que muitas vezes elas podem agir de maneira semelhante aos radicais livres e também contribuir para a formação de alguns deles.

Abaixo estão alguns exemplos de EROs e ERNs que não são radicais livres:















Além disso, há também radicais livres e outras espécies reativas advindas de outros elementos químicos, como o carbono, o cloro e o enxofre. No entanto, por enquanto vamos nos centrar naqueles originados a partir do oxigênio e nitrogênio e ao longo das outras postagens do blog, quando necessário, esses outros radicais serão devidamente mencionados.

Ao longo das postagens futuras vamos entender de onde vêm os radicais livres, suas funções, como eles agem e o que pode barrar a sua atuação.

3) Referências

Para a elaboração do post, as seguintes fontes foram utilizadas:
* RADICAIS LIVRES. Escrito por Daniela Kiyoko Yokaichiya, Eduardo Galembeck e Bayardo Baptista Disponível para download em: http://www.bdc.ib.unicamp.br/rbebbm/visualizarMaterial.php?idMaterial=76>
* RADICAIS LIVRES E OS PRINCIPAIS ANTIOXIDANTES DA DIETA. Revista de Nutrição-Rev. Nutr. vol.12 no.2 Campinas May/Aug. 1999. Escrito por Maria de Lourdes Pires Bianchi e Lusânia Maria Greggi Antunes. Disponível para download em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-52731999000200001&script=sci_arttext&tlng=es>
* RADICAIS LIVRES. Monitoria de Bioquímica 2005/2 FFFCMPA. Frederico B. Ribeiro. Disponível em: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:LOqYbohWhNsJ:bioquimica.ufcspa.edu.br/pg2/pgs/medicina/links/seminarios20052/RADICAIS%2520LIVRES.ppt+%E2%80%A2+Radicais+Livres+Frederico+B+Ribeiro+Monitoria+de+Bioqu%C3%ADmica+FFFCMPA+2005/2&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br>
* ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO E DE NITROGÊNIO, ANTIOXIDANTES E MARCADORES DE DANO
OXIDATIVO EM SANGUE HUMANO: PRINCIPAIS MÉTODOS ANALÍTICOS PARA SUA DETERMINAÇÃO. Quim. Nova, Vol. 30, No. 5, 1323-1338, 2007. Por Sandra Mary Lima Vasconcelos, Marília Oliveira Fonseca Goulart, José Benedito de França Moura, Vanusa Manfredini, Mara da Silveira Benfato e Lauro Tatsuo Kubota. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/qn/v30n5/a46v30n5.pdf
* ESTRESSE OXIDATIVO: RELAÇÃO ENTRE GERAÇÃO DE ESPÉCIES REATIVAS E DEFESA DO ORGANISMO. Por André L. B. S. Barreiros, Jorge M. David e Juceni P. David. Quim. Nova, Vol. 29, No. 1, 113-123, 2006. Disponível para download em: http://www.scielo.br/pdf/qn/v29n1/27866.pdf

* ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO E NITROGÊNIO EM CÉLULAS MUSCULARES DURANTE CONTRAÇÕES. Por Leonardo R. Silveira. Arq Bras Endocrinol Metab vol.48 no.6 São Paulo Dec. 2004. Disponível em: http://drashirleydecampos.com.br/noticias/18682

Por fim, gostaríamos de indicar um vídeo, que também utilizamos como referência para a postagem. Além de fazer considerações gerais a respeito dos radicais livres, ele comenta sobre a relação deles com o envelhecimento e fala um pouco sobre fatores que levam à sua formação, assuntos de futuras postagens do blog. Infelizmente o vídeo está em inglês, mas vale a pena dar uma olhada :)

Dr. Ross Pelton from http://vimeo.com/user2262327 on Vimeo.


Bom, por hoje é só :D
Esperamos que as informações mostradas tenham sido esclarecedoras e que possam ter levado conhecimento útil aos leitores.
Qualquer dúvida, recomendação, observação ou reclamação (sninf) é só comentar!
Ah, não percam a próxima postagem. Até mais!!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Apresentação


Bem-vindos ao blog biobioradicaislivres!! Essa página faz parte de um projeto da disciplina Bioquímica e Biofísica da Universidade de Brasília e abordará os temas Radicais Livres, Antioxidantes e Metabolismo do Ferro. Nós, autores, somos alunos do primeiro semestre do curso de Medicina da UnB. O grupo é formado pelos integrantes Ana Carolina Leal, Arthur Camargo, Luma Martins, Petra Araújo e Tábata Nascimento, sob a supervisão do monitor Levi Sena.
O blog tem como objetivo tornar o conhecimento a respeito desses assuntos mais acessível à comunidade e difundir as informações de maneira clara e precisa. Planejamos abordar os temas de modo que também leigos no assunto possam compreendê-lo. Partiremos de seus aspectos mais básicos e progressivamente alcançaremos níveis mais detalhados para um entendimento mais completo a respeito do tema.
Esperamos transmitir as informações de forma interativa, lançando mão de imagens, vídeos, charges e músicas. Daremos também dicas de alimentação e de prevenção de doenças relacionadas ao tema e elucidaremos quais hábitos de vida podem retardar o aparecimento dos malefícios decorrentes das ações dos radicais livres.
Nesta coluna do blog, aparecerão as postagens em ordem cronológica. Na barra superior há links que direcionarão, à medida em que os posts forem feitos, a assuntos separados em categorias, para propiciar ao leitor um acesso mais direcionado aos assuntos abordados. Já nas colunas da direita, você poderá participar de enquetes, ouvir músicas e acessar links para sites interessantes.


Não se esqueça de visitar o site com frequêcia, curta as postagens e comente! Esperamos que você aprenda e aproveite ao máximo o blog :) Divirta-se!!!

Até a próxima postagem! :D



Postado por: Grupo Radicais Livres