sábado, 29 de janeiro de 2011

O Ferro e o Câncer


Célula cancerosa

Existem vários estudos experimentais que revelam a capacidade 
do ferro aumentar o número de células tumorais ou a mortalidade por neoplasia. Dentre eles, destacaremos alguns dos mais repercutidos:

Robertson, em 1977, verificou que injeções intramusculares de ferro – dextran - aumentavam a incidência de sarcoma nos locais nos quais a injeção fora aplicada.

Hoffbrand em 1976 e Fernandez em 1977 mostraram que os quelantes do ferro bloqueavam a mitose, na transição da fase G1 para a fase S, tanto "in vivo" como "in vitro". Os quelantes testados foram: deferroxamina, ácido picolínico, tiosemicarbasonas e hidroxamatos.

Em 1979, Stich mostrou que o ferro, na presença de ascorbato (vitamina C), aumenta o número de lesões nos cromossomos e,como consequência, aumenta o número de células neoplásicas – mutadas-, corroborando o ferro no fenômeno da iniciação do câncer.

Em 1985, Bergeron suplementou com ferro camundongos previamente injetados com células L 1210. Quando a suplementação era de 24 ng/Kg, havia aumento do número de células tumorais e, quando a suplementação era de 250 ng/Kg, ocorria um aumento evidente da mortalidade provocada pelo tumor. As doses menores de ferro diminuíam a sobrevida, porém, as doses maiores diminuíam mais ainda e os camundongos morriam 25% mais rapidamente. É muito interessante sabermos que as moléstias que induzem o aumento das reservas de ferro estão frequentemente associadas com o aumento da incidência de neoplasias malignas – cânceres -, e o melhor exemplo é a hemocromatose idiopática, doença em que a principal causa de morte é o câncer. Por outro lado, cada vez mais surgem trabalhos populacionais relacionando as reservas de ferro do organismo com o subsequente risco de aquisição de vários tipos de neoplasias malignas.

Já na década de 80, Burrows e Rosemberg alertavam para o perigo das transfusões de sangue no pós-operatório de cirurgias de retirada de tumores malignos. Os autores verificaram aumento da incidência de recorrência ou de metástases dos tumores nos pacientes que recebiam sangue no pós-operatório. Uma transfusão de 500 ml de sangue possui 200 mg de ferro e aumenta em 60 ng/ml a ferritina sérica (no plasma).

Stevens, em estudo prospectivo envolvendo 21.513 homens chineses, mostrou que a ferritina dosada de 3 a 79 meses antes, era 20% maior nos 192 homens que morreram de câncer. O risco de morrer de câncer era 3 vezes maior nas pessoas com ferritina superior à 200 ng/ml quando comparada com as pessoas que apresentavam ferritina de 20 ng/ml. Os tipos de neoplasias mais freqüentemente encontradas foram: carcinoma hepato celular, câncer de pulmão, estômago, boca, faringe, cólon etc. Todos esses dados eram mais consistentes nas pessoas com idade superior a 50 anos. Neste estudo, nas 192 pessoas que morreram de câncer, encontraram-se, também, baixos níveis de hemoglobina e de albumina.

Outro estudo, também prospectivo, realizado nos EUA e envolvendo 14.000 pessoas, mostrou que entre os 242 homens que subseqüentemente desenvolveram neoplasia maligna, a capacidade total de ligação do ferro (TIBC) foi significantemente menor e a saturação de transferrina maior do que os controles sem neoplasia, mostrando que o aumento das reservas de ferro se associou com o aumento do risco de desenvolver câncer. Os tipos de neoplasias mais encontrados foram: próstata, pulmão, cólon, esôfago e bexiga. Neste trabalho, de modo semelhante ao anterior, os níveis de ferritina foram significativamente maiores no início das observações.

Selby, em 1988, também mostrou que altas reservas de ferro no organismo aumentam a probabilidade das pessoas adquirirem câncer de pulmão; e a diminuição dessas reservas reduz significantemente o risco de contrair este tipo de neoplasia maligna.

E mais:

''A quantidade de ferro no sangue está diretamente relacionada ao desenvolvimento do câncer de mama. É o que aponta um estudo do Centro Médico da Universidade Wake Forest, dos Estados Unidos. Segundo os pesquisadores, foi observado que a proteína responsável por eliminar a substância das células do organismo, conhecida como ferroportina, apresenta-se em pouca concentração em tumores da mama, em comparação a outros tipos de tecido. A pesquisa foi publicada na revista especializada Science Translational Medicine.''

Fontes: http://www.medicinacomplementar.com.br/biblioteca_doencas_excesso_ferro.asp

http://www.medicsupply.com.br/pacientes/blog/proteina-que-elimina-o-ferro-pode-abrandar-avanco-do-cancer-de-mama/

Um comentário:

Unknown disse...

Muito bom estão de parabéns!

Flávio Agazzi