quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Pergunta Watch N' Ask - 2

Pergunta Watch N' Ask - 2

Como já dissemos estamos respondendo a perguntas que nos fizeram durante nossa apresentação do seminário. A seguinte pergunta que estarei respondendo ficará mais clara quando fizermos a postagem sobre a doença de Parkinson e sua relação com os radicais livres que estará muito em breve no blog, mas espero que todos entendam bem o que tentei responder.

2) Pergunta do grupo de Neurotransmissores para o grupo de Radicais Livres:
O MPTP (1-metil-4-fenil-1,2,3,6- tetrahidropiridina) é um metabólito de uma droga que simula os efeitos da heroína. Como o seu uso pode provocar um acúmulo de radicais livres nos neurônios dopaminérgicos?

Para respondermos a pergunta, temos que primeiramente deixar claro aos leitores o porquê da existência da correlação entre o MPTP(1-metil-4-fenil-1,2,3,6- tetrahidropiridina) e a doença de parkinson. Em 1976, um jovem universitário foi severamente atingido pelos sintomas de parkinson, após o contato excessivo como o neurotóxico MPTP. Um pouco mais tarde a toxina foi utilizada como heroína sintética causando devastadores danos permanentes nos neurônios da substância nigra.
Mas como o MPTP atua é o que vocês devem estar se perguntando, não? O MPTP é na verdade uma pré-neurotoxina que ao ser substrato da enzima MAO-B (Monoamina oxidase tipo B) é oxidado ao MPDP+ que sendo oxidado novamente se transforma em MPP+, este sim é a toxina, que por ser uma molécula polarizada não fica livre no espaço intracelular, sendo então levado para as células dopaminérgicas pelo sistema de recaptação de dopamina onde causará muitos estragos.
No interior desses neurônios o MPP+ se direciona a mitocôndria e atuará como uma toxina mitocondrial, de forma geral bloqueando a respiração, quando se liga ao complexo I da cadeia transportadora de elétrons, diminuindo a produção de ATP e aumentando a produção de espécies reativas.
De forma simplificada, o MPP+ inibe a enzima NADH Co Q1 redutase, chamada de complexo I. Como visto na postagem de fontes endógenas (http://biobioradicaislivres.blogspot.com/2010/11/radicais-livres-fontes-endogenas-de_22.html), na respiração celular cerca de 2% a 5% se torna espécies reativas por defeitos na ação dos complexos enzimáticos da membrana da mitocôndria e se juntarmos a disfunção do complexo I a quantidade de espécies reativas no neurônio será maior ainda.
Ao ser inibida a enzima NADH Co Q1 redutase, o radical peróxido começa a ser produzido excessivamente, levando a um estado de estresse oxidativo. E é assim que respondemos a pergunta, pois o acúmulo de radicais livres é exatamente o estresse oxidativo causado pela inibição desse complexo pelo MPP+ e MPTP indiretamente.


Referências:


http://dynamikdeslebens.webnode.com/news/disfunC3%A7%C3%A3o20mitocondrial20na20doen%C3%A7a%20de%20parkinson%20e%20depress%C3%A3o/

http://www.mydr.com.au/seniors-health/parkinsons-disease-mptp-and-drug-induced-parkinsons

http://www.ff.up.pt/toxicologia/monografias/ano0506/paraquato/parkinson.html]


Nenhum comentário: