quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Pergunta Watch N' Ask - 3

Bom, esta é a terceira e última pergunta feita após a apresentação do nosso seminário.

Pergunta do Grupo de Alzheimer:

3) Como o estresse oxidativo relaciona-se com o famoso estresse (ou estafa) e à consequente baixa no sitema imunológico, tornando o organismo vulnerável a infecções?

Resposta:

O mundo em que vivemos está repleto de situações de conflito. Trânsito barulhento, patrões insatisfeitos, problemas de relacionamento, competição no ambiente de trabalho, falta de segurança, crises financeiras, ansiedade decorrente de questões mal resolvidas, poluição... Todos os estímulos estressantes são, inevitavelmente, processados em nosso cérebro. Este, por sua vez, interpreta esses estímulos como ameaças e desencadeia mecanismos que preparam o corpo para lutar ou fugir, à maneira dos nossos ancestrais primitivos. Portanto, as “ameaças” cotidianas, sejam elas reais ou imaginárias, são as principais responsáveis por alterações no funcionamento regular do nosso sistema nervoso central.
A pressão, as regras sociais e as convenções impedem que, nas situações de conflito, toda a carga emocional seja eliminada por meio de atitudes agressivas, por exemplo. Consequentemente, os mecanismos que preparam o organismo para responder às ameaças externas são suprimidos. Assim, a tensão gerada pelas situações de conflito nunca é aliviada e o indivíduo fica constantemente “armado”, como se estivesse pronto para se defender, a qualquer momento, de algum perigo. Esse estado corresponde ao estresse ou estafa e a tensão permanente pode bloquear emoções, atitudes e comportamentos.
Após a captação dos estímulos estressantes pelos órgãos dos sentidos, ocorre uma série de acontecimentos encadeados que resulta na produção de radicais livres (RLs). O córtex cerebral ativa o hipotálamo, que acaba por estimular a glândula hipófise. A hipófise induz outra glândula, a supra-renal, a secretar corticóides e adrenalina. Então, cada molécula de adrenalina, além de promover a aceleração dos batimentos cardíacos e da respiração, origina quatro moléculas de radicais livres. O excesso de RLs produzidos a partir desse processo caracteriza um tipo de estresse oxidativo, que, como visto em outras postagens, corresponde a um desequilíbrio entre a quantidade de RLs e de antioxidantes.
A ação danosa dos RLs não tem como alvo específico o sistema imunológico. De maneira geral, os RLs inativam, desnaturam e polimerizam proteínas; oxidam os ácidos graxos poli-insaturados das membranas da célula e prejudicam a sua permeabilidade seletiva; reagem com os ácidos nucléicos e alteram o DNA; e, por fim, atacam as moléculas de açúcar. Ao danificar esses componentes celulares, os RLs incitam o processo de envelhecimento e tornam o organismo suscetível a várias doenças, como diabete, câncer, catarata, enfisema, aterosclerose, mal de Parkinson e artrite.

Referências Bibliográficas:
CAMPOS, Shirley de. Um dia estressante pode levar a uma noite de insônia e ao esgotamento celular através dos Radicais Livres. Disponível em: http://www.drashirleydecampos.com.br.
OLSZEWER, Efrain. Radicais livres em Medicina. São Paulo: Fundo Editorial Byk, 1992.
PORTAL SÃO FRANCISCO. Estresse oxidante. Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/eestressee-oxidante/.
TOKARSKI, Rogério. Anti Radicais Livres: Melhor Qualidade de Vida. Brasília: Farmacotécnica.


Nenhum comentário: