quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Perguntas Watch N' Ask

Leitores, como vocês já sabem, essa página faz parte de um projeto da disciplina Bioquímica e Biofísica da Universidade de Brasília. Além do blog, o nosso grupo também ficou responsável por apresentar um seminário sobre o mesmo tema - Radicais Livres, Antioxidantes e Metabolismo do Ferro -. Após a apresentação (16/12/2010), a platéia fez algumas perguntas que serão respondidas no blog. Essa parte de perguntas e respostas é uma dinâmica, conhecida como Watch N' Ask, e foi elaborada pelos monitores da disciplina. Para entender melhor, visite: http://biobio-unb.blogspot.com/2010/11/sobrebom-sobre-varias-coisas.html

Pergunta do Grupo de Hipertensão:

  • Vimos a ação nociva dos radicais livres sobre as biomoléculas, lipídios e ácidos nucleicos. Existe alguma ação nociva dos radicais livres - ou das espécies reativas de O e N - sobre proteínas, carboidratos e/ou íons inorgânicos no ser humano? Se existir, qual é ela?

Resposta:

As espécies reativas de oxigênio (EROs) e as de nitrogênio (ERNs) podem atacar outras macromoléculas além dos lipídios e dos ácidos nucléicos. Os carboidratos e as proteínas também sofrem danos causados pelas espécies reativas, como foi explicado na postagem Ação dos radicais livres e patologias decorrentes.

Nos açucares, geralmente, o radical hidroxila (-OH) reage extraindo um átomo de hidrogênio (H) de um dos átomos de carbono (C). Esse processo leva a formação de um radical centrado de carbono, ocasionando a quebra de cadeias moleculares importantes.

Já nas proteínas as EROs e ERNs provocam desnaturação, inativação e polimerização, alterando o metabolismo celular. Durante o estresse oxidativo, inicialmente ocorre a formação de um radical centrado no carbono, por extração de H- do carbono α, em uma ligação peptídica. Desta forma ocorre fragmentação das cadeias e oxidação de quase todos os tipos de aminoácidos, com produção freqüente de compostos carbonilados, principalmente a partir de prolina, arginina e lisina.

Por possuírem muitos sítios reativos, as proteínas podem ser atacadas por radicais de diversas maneiras. A suscetibilidade das proteínas serem atacadas depende da posição, da importância dos aminoácidos e dos elementos suscetíveis que as compõem. Alguns exemplos desses elementos são:

Proteínas que contem sítios de ligação com metais podem sofrer digestão proteolítica, pois são suscetíveis as reações de redução e oxidação, que podem produzir seqüências de sinais reconhecidas por determinadas proteases celulares.

Proteínas que possuem o grupo sulfidrila (SH), como as proteínas de transporte e enzimas celulares, estão expostas aos ataques dos radicais, pois esse grupo em resíduo de cisteína pode ser oxidado a dissulfeto ou a ácidos cistéico, podendo ser novamente reduzido.

Proteínas com aminoácido metionina, que pode sofrer alteração reversível a sulfóxido ou sulfona.

Proteínas com aminoácidos aromáticos formam quinurenina, grupos catecólicos e polímeros.

Referências:

TOKARSKI, Rogério. Anti Radicais Livres: Melhor Qualidade de Vida. Brasília: Farmacotécnica.

VASCONCELOS, Sandra Mary Lima; GOULART, Marília Oliveira Fonseca; Moura, José Benedito de França; MANFREDINI, Vanusa; BENFATO, Mara da Silveira e KUBOTA, Lauro Tatsuo. Espécies Reativas de Oxigênio e de Nitrogênio, Antioxidantes e Marcadores de Dano Oxidativo em Sangue Humano: Principais Métodos Analíticos para sua Determinação. Quim. Nova, Vol. 30, No. 5, 1323-1338, 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/qn/v30n5/a46v30n5.pdf

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